Doenças Periodontais

O QUE É DOENÇA PERIODONTAL


-Doenças Gengivais Induzida Pela Placa

Inflamação da gengiva que resulta da bactéria localizada na margem gengival. Ela começa na margem gengival, podendo estender-se através da unidade gengival remanescente.
Os achados clínicos comuns da gengivite induzida pela placa incluem eritema, sangramento, sensibilidade, pouca firmeza e aumento gengival.
A diferença de idade e a gravidade da gengiva pode estar associada com a quantidade e qualidade da placa dental.
Análise radiográfica e/ou níveis de inserção dos pacientes com gengivite induzida pela placa não indicarão perda das estruturas de suporte. Alterações histopatológicas incluem proliferação do epitélio juncional basal conduzindo a uma migração celular apical e lateral.


-Doenças Gengivais Associadas a Hormônios Endócrinos

1-Puberdade:  São influenciadas por uma variedade de fatores, incluindo níveis de placa, cárie dental, respiração bucal, apinhamento dos dentes e erupção.
2-Menstruação
3-Gravidez: Causada pelo aumento dos níveis hormonais do plasma por vários meses.Acontecem principalmente durante o 2º e 3º trimestres.
4-Diabetes


-Doenças Gengivais Associadas a Doenças Sistêmicas

1-Diabetes Mellitus: Resposta inflamatória gengival maior
2-Leucemia: É causada pela proliferação e desenvolvimento anormais dos leucócitos e dos precursores dos leucócitos. Manifestações orais: Tecido esponjoso inchado, lustroso, com aparência de vermelha para sangrenta. Aumento gengival.
3-Eritema Gengival Linear: Infecção com o vírus HIV. Não há resposta ao tratamento (raspagem, alisamento e controle do biofilme).

-Doenças Gengivais Associados à Má Nutrição
Ainda está pouco esclarecido, porém estão associadas a deficiências nutricionais de vitamina C e escorbuto. Os sinais clínicos clássicos do escorbuto descrevem a gengiva como sendo vermelho-brilhante, inchada, ulcerada e suscetível a hemorragias.


-Doença Gengival Não Induzida Por Placa

1-Gengivite Ulcerativa Necrosante



A etiologia da GUN tem sido associada à infecção bacteriana. A flora cultivável da GUN que predomina inclui espécies de Prevotella intermedia e Fusobacterium,  enquanto microscopicamente , Treponema e Selenomonas são observados. 
-Sinais e Sintomas: Dor, febre, mal estar, necrose da papila (papila invertida), linfadenopatia, sangramento gengival espontâneo, gosto metálico, odor desagradável.
-Fatores Predisponentes: Fumo, Estresse, Má nutrição, Imunossupressão
-Formação de pseudomembrana.

-TRATAMENTO:

1º Sessão: Remover indutos com pelota de algodão estéril e soro/ Clorexidina 0,12%, 15ml, 12/12H / água Oxigenada 3%, água morna 1:1
                  Prescrição de METRONIDAZOL 400ml 12/12H , 3-5 dias e  CLOREXIDINA 500mg 6/6H por 24h.

2º Sessão:Verificar condições bucais. Orientação de Higiene Oral e se necessário raspagem.
3º Sessão: Reavaliação e manutenção.



2-Gengivoestomatite Herpética Primária



-Vírus Herpes Simples tipo 1:  após a infecção o vírus vai para os gânglios nervosos e fica latente. Podem ocorrer manifestações secundárias como herpes labial.
-Sensibilidade a dor,  eritema difuso, vesículas acinzentadas ou úlceras.
- Irritabilidade, dor de cabeça, febre, mal estar, leucocitose, Linfadenopatia regional.
-Curso Clínico 7 a 14 dias.
-Contagiosa
   
Tratamento: Aliviar sintomas
                         Prevenir infecção secundária das úlceras
                    Hidratação, repouso, e alimentação adequada
                    Anti-virais: ACYCLOVIR 400mg 8/8H por 5 dias e para crianças 15mg/kg 5x ao dia por 7 dias.


3-Candidíase
Paciente Imunologicamente Comprometidos.
Uso prolongado de antibióticos de amplo espectro.
Podem-se observar lesões localizadas em outras áreas além da gengiva, sob peças protéticas.
Tratamento:  Nistatina (suspensão) USO TÓPICO , Adultos:  1.000.000 UI   3-5x ao dia, por 14 dias. Crianças:500.000 a 1.000.000 UI, 3-5x ao dia de 5 a 7 dias.
                     FUCONAZOL 200mg, VIA ORAL, 1x ao dia, 7-14 dias.


4-Fibromatose Gengival HEREDITÁRIA 
Doença autossômica dominante
Crescimento fibroso acentuado do tecido marginal.
Pode ser característica de algumas síndromes.
Geralmente associada a dentição permanente.
Tratamento: Excisão cirúrgica do tecido aumentado. Gengivectomia que deve ser feita após erupção dos dentes permanentes. 
Recorrência.


5-Periodontite Crônica
A periodontite pode ser definida como uma "doença inflamatória dos tecidos de suporte dos dentes, causada por microrganismos específicos ou grupos de microrganismos específicos, resultando em uma destruição progressiva do ligamento periodontal e osso alveolar, com formação de bolsas ou retração de ambas."
A característica clínica que diferencia gengivite de periodontite é a presença da perda de inserção clinicamente detectável.

A Periodontite Crônica  é associada ao acúmulo de placa e cálculo e geralmente tem um curso de progressão de lento a moderado, porém períodos de destruição mais rápida podem ser observados. Aumentos na velocidade da progressão da doença podem ser causados pelo impacto de fatores locais, sistêmicos ou ambientais que influenciam a interação normal hospedeiro-bactéria. Os fatores locais podem influenciar no acúmulo de placa;  doenças sistêmicas como o diabete melito e a infecção pelo HIV podem influenciar a defesa do hospedeiro; e fatores ambientais, como cigarro e estresse, também podem alterar a resposta dos hospedeiro ao acúmulo de placa.
A periodontite crônica pode ocorrer como doença localizada quando ocorre menos de 30% dos sítios avaliados demostram perda óssea e de inserção, ou como uma doença mais generalizada quado mais de 30% dos sítios estão afetados.
-Paciente Adulto (+30 anos). Pode ou não ser normossistêmico.
-Progressão lenta a moderada.
-Calculo subgengival frequentemente encontrado. 
-Alto IPV.
-Características Clínicas: Sangramento a sondagem; perda de inserção (profundidade de sondagem aumentada/ recessão gengival); perda óssea alveolar (reabsorção da crista óssea; perda óssea horizontal -lenta e vertical-rápida).
Classificação: Localizada <30% dos sítios afetados.
                     Generalizada >30% dos sítios afetados.
                     Leve:        1-2mm de P.I.      / 1-2mm de PS
                     Moderada: 3-4mm de P.I.      / 2-3mm de PS
                     Grave:       5mm ou + de P.I. / + de 5mm de PS

Tratamento: Fase SUPRA: OHO, RFRP
                    Fase SUB: Raspagem e Alisamento (bochechos de clorexidina)
                    Reavaliação
                    Procedimentos Complementares
                    Manutenção 

6-Periodontite Agressiva:

-Paciente Jovem (-30 anos). Normossistêmico.
-Rápida taxa de progressão. Início precoce.
-Baixo IPV.
-Ausência de grande acúmulo de placa e cálculo.
-Rápida perda de inserção e destruição óssea.

Classificação:  Localizada: Perda de inserção em pelo menos um 1ºMolar e um incisivo e não mais que 2 dentes além de primeiro molar e incisivo. Rara presença de calculo SUB e SUPRA.
                       Generalizada: Perda de inserção proximal generalizada atingindo pelo menos 3 dentes que não sejam molares e incisivos.



Condições sistêmicas que podem
 ser causa de  Doenças Periodontais


Diabetes 


Sintomas Clínicos: Fome, sede, prurido, urina, fraqueza e fadiga, além de abcessos periodontais. Há tendência a aumento gengival, pólipos gengivais sésseis ou pedunculados, proliferação gengival polipoide, periodontite e dentes com mobilidade.
Várias alterações orais foram descritas em pacientes diabéticos, incluindo queilite, ressecamento e fissuras na mucosa, taxa de cárie aumentada, ardência na boca e na língua, fluxo salivar diminuído,  e alterações na microbiota da cavidade oral, com maior predominância de Candida Albicans, estreptococos hemolíticos e  estafilococos. 
Essas alterações não estão sempre presentes e tendem a ser menos observadas em pacientes diabéticos bem controlados.
Talvez as alterações mais notáveis do diabetes não controlado sejam a redução dos mecanismos de defesa e a susceptibilidade aumentada a infecções, levando à doença periodontal destrutiva. 
A profilaxia antibiótica deve ser feita apenas em procedimentos mais invasivos e não é recomendada pra diabéticos controlados ou diabéticos do tipo 2. Ela deve ser feita com o uso de Amoxilina 2g cerca de uma hora antes do procedimento em adultos e na quantidade de 50mg por kg uma hora antes em crianças.


Hormônios Sexuais Femininos
Alterações gengivais durante a puberdade, gravidez e menopausa são associadas a alterações hormonais fisiológicas na mulher. Na puberdade há maior produção dos hormônios sexuais estrógeno, progesterona e testosterona; predominância de gengivite; modificações comportamentais; reposta inflamatória exacerbada: maior produção de prostaglandinas. Pode ser prevenida com boa higiene oral. Durante o período menstrual, a prevalência de gengivite aumenta ou a sensação de tensão na gengiva também. Alguns pacientes podem se queixar de sangramento gengival ou sensação de tesão na gengiva nos dias que precedem o fluxo menstrual. A contagem bacteriana salivar é aumentada durante a menstruação e na ovulação até 14 dias antes. Na gravidez a gengivite é causada por placa bacteriana, do mesmo modo que em mulheres que não estão grávidas. As alterações hormonais da gravidez acentuam a resposta gengival à placa e modificam o quadro clínico resultante. Redução parcial na gravidade da gengivite ocorre dois meses pós-parto e, depois de um ano a condição da gengiva é comparável àquela das pacientes que não estiveram grávidas. O agravamento da gengivite na gravidez foi atribuído principalmente aos níveis aumentados de progesterona, que produzem dilatação e tortuosidade de microvasculatura gengival. Durante a menopausa, as oscilações hormonais ritmíticas do ciclo feminino são terminadas à medida que o estradiol para de ser o principal estrogênio circulante. Como resultado as mulheres podem desenvolver gengivoestomatite.

AIDS

 Desde o início da epidemia da AIDS, uma grande variedade de lesões bucais tem sido associada à infecção pelo HIV.Vários relatos identificam uma forte correlação entre a infecção pelo HIV e candidíase oral,  leucoplasia pilosa oral, doenças periodontais atípicas, sarcoma de kaposi oral e linfoma não Hodgkin oral.  
Essa condição cresce a severidade e velocidade de progressão da doença periodontal. Pode haver eritema gengival linear, gengivite e periodontite ulcerativa necrosante além de infecções oportunistas.

Fonte de Pesquisa: Livro Tratado de Periodontia Clínica  Implantologia Oral  (5º Edição). Editores: Jan Lindhe e Niklaus P. Lang ; Thorkild Karring

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